A visão revolucionária da Dra. Elisa Padovan sobre saúde mental
A trajetória da psiquiatra e psicanalista Dra. Elisa Padovan revela como os desequilíbrios da vida podem se transformar em força criativa, conduzindo-a a uma carreira marcada por inovação, cuidado integral e uma visão humanizada da saúde mental.
A trajetória da psiquiatra e psicanalista Dra. Elisa Padovan revela como os desequilíbrios da vida podem se transformar em força criativa, conduzindo-a a uma carreira marcada por inovação, cuidado integral e uma visão humanizada da saúde mental.
Muitos acreditam que o equilíbrio é a chave para uma vida plena. Para a psiquiatra e psicanalista Dra. Elisa Padovan, a resposta pode estar justamente no oposto. “Assumir nossos desequilíbrios, ao invés de viver tentando equilibrá-los, me parece uma boa alternativa. Esse ideal de equilíbrio e plenitude que tanto se deseja, na prática não acontece, e é a partir desse reconhecimento que encontramos liberdade e autenticidade”, afirma.
Aos 39 anos, casada e mãe de dois filhos, Elisa construiu uma carreira sólida e multifacetada. Formou-se em Medicina pela UNISA, especializou-se em Psiquiatria no IAMSPE e em Psicanálise no IPLA. Hoje, divide sua rotina entre o consultório, a direção de um hospital psiquiátrico no interior de São Paulo e a coordenação de uma equipe médica na capital. Paralelamente, dedica-se a projetos inovadores de capacitação profissional e criação de protocolos voltados ao cuidado em saúde mental.
Criada em Campos do Jordão até os 17 anos, Elisa carrega a marca de uma postura receptiva e próxima. Para ela, a prática psiquiátrica não pode se limitar ao modelo clássico da medicina. “Na psiquiatria, o médico não pode ocupar a posição distante da medicina tradicional. A relação terapêutica não deve estar subordinada apenas ao saber científico”, explica.
Sua trajetória ganhou novos contornos ao mudar-se para São Francisco, nos Estados Unidos. O contato com a diversidade cultural e social da cidade transformou sua visão. “Foi uma virada radical: saí de um ambiente moralista e restritivo para um lugar onde a multiplicidade é regra. Isso me ensinou que ouvir sem julgamentos é essencial. Minhas crenças e valores não devem interferir no tratamento. Só assim consigo compreender como o paciente adoece em seu contexto e construir, junto com ele, um caminho possível de cuidado”, conta.
Ainda durante a residência em Psiquiatria, Elisa aprofundou-se em Psicanálise e teve a oportunidade de acompanhar um serviço de saúde mental na Itália. Ali conheceu um modelo que prioriza o cuidado integral, com redes sólidas de acolhimento a pacientes e familiares. O planejamento pós-alta, a redução de internações ao mínimo necessário e a valorização da autonomia do paciente foram aprendizados que continuam a orientar sua prática até hoje.
Defensora da interdisciplinaridade, Elisa acredita que a saúde mental precisa ultrapassar os limites da Psiquiatria. Para ela, todos os profissionais envolvidos no cuidado devem ser preparados para lidar com aspectos específicos da área. “Um excelente educador físico pode prejudicar o tratamento se não tiver conhecimento em saúde mental. É fundamental que cada um, além do domínio em sua área, esteja habilitado para compreender e apoiar essas questões”, enfatiza.
A médica reconhece que a Psiquiatria ainda está em construção, mas vê no compromisso de evoluir a sua essência. Reduzir recaídas, encurtar períodos de internação e alcançar resultados mais sustentáveis são, para ela, os grandes desafios da prática atual.
Como dizia Içami Tiba, uma de suas inspirações: “O futuro será o que começamos a fazer dele no presente”. E é exatamente nesse presente em movimento que Dra. Elisa Padovan constrói uma trajetória que reflete não apenas competência profissional, mas também autenticidade, coragem e humanidade.
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